segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Livro Alterado - Uma coleção de palavras Para não esquecer




Na própria mão aberta não está um octógono, mas um milagre. A partir desse instante não se vê mais nada. Tem-se. Uma delicadeza.



Clarice Lispector. Eu.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Xilogravura



O trabalho da vez é uma xilogravura que eu fiz para a matéria Projeto em Artes Gráficas, com o Professor Vlad, que com certeza não pode deixar de ser citado.
No segundo período da habilitação que escolhi, Artes Gráficas, conhecemos e discutimos mais a fundo as linguagens gráficas, o uso delas e etc. E o principal trabalho do semestre foi essa xilogravura. Na proposta cada um deveria eleger um tema a ser trabalhado, depois pesquisamos imagens gráficas que poderiam ilustrar tal tema, e depois partimos pro trabalho manual mesmo, que foi a execução das placas para cada cor da xilo.
No final cada aluno deveria trabalhar sua xilogravura como ilustração para capas de livros, o que não foi o que eu mais gostei de fazer.

Acho que depois desse, vou ficar um bom tempo sem desenhar galos...ou não, haha.


O cheiro de férias está no ar, e junto vem um cheiro de produção intensa..será será?
espero que sim!

Au revoir!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Transgredir-se ou Um encontro no jardim do Carmo ou Me localiza no mundo

Não aguento mais de ansiedade: aqui estão algumas fotos do meu trabalho que tá exposto no Centro Cultural da UFMG, até dia 26/06, na exposição DERIVA.
Esta é a primeira exposição da qual participo, e por mais clichê que seja, a sensação é de dever cumprido.

Já que poucos dos meus amigos puderam ver a exposição, logo mais vou colocar fotos melhores do trabalho aqui.


Seguem as fotos e o "poema-mãe" do livro.









"Procura-se em cada esquina:
Vida.
Bate, em cada esquina a vida bate.
Essa cidade é o que eu sou.
procuro-te.
procura-me.
Em cada pedra.
Encontrei-me num jardim
Olhando-me-impregnada da paisagem montanhosa,
e o vale da montanha
sou eu - profunda.
E aos santos, barrocos ou não, uma prece:
permita que eu diga sim a mim mesma.
Mim: - sim.
A vida começou com um sim.
Entre o sim e o não
só há o escolher.
Eu escolhi sim. Mim? Sim.
Eu-pérola-barroca-rococó.
Aprendi então. E depois desaprendi.
Talvez eu tenha que voltar naquele jardim.
Transgredir-me.
Procurar-me nas esquinas incondicionais;
Me encontrar no jardim do Carmo;
Me localizar no mundo."

Laura Berbert

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Les étoiles de la ville




Les étoiles dans le ciel ne sont que des reflets dans les yeux de ceux qui leur manque quelqu'un. Les yeux brille seul, mais serein.
(As estrelas no céu são apenas reflexos dos olhares daqueles que sentem saudade de alguém. Os olhos brilham sós, mas serenos.)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

fotografia p&b

Os que já tiveram o enorme prazer de revelar fotos num laboratório a moda antiga vão entender minha empolgação com o trabalho de hoje.

Seguem duas fotos de exercícios de foco e luz que eu fiz na aula de Fotografia Básica na faculdade, são fotos simples, de objetos simples, mas eu não poderia deixar de colocar aqui.






"Fotografia é o retrato de um côncavo, de uma falta, de uma ausência"
Clarice Lispector

quinta-feira, 29 de abril de 2010

jANELAS do MEu QuARTo

jANELAS do MEu QuARTo é uma série de postais que eu desenvolvi para trabalho final da matéria de tipografia. A idéia era primeiro fazer composições tipográficas com letras set, durex, tintas e etc. trabalhando com a idéia da desconstrução da letra, testando o limite entre letra e forma. A segunda etapa foi a junção dessas composições com texturas de qualquer tipo. Eu escolhi trabalhar com fotografias de objetos pessoais, cotidianos. O título "jANELAS do MEu QuARTo" é parte do poema Tabacaria, de Fernando Pessoa, que é um poema recorrente nas minhas criações.
Seguem os meus postais prediletos dentro da série de 12.










"Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa..."

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Paper clips and crayons in my bed





I take my ride in melodies
and bees and birds will hear my words?

na ilustração: aquarela e nanquim.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Por obséquio, quando começa a primavera?





"AUTOR. - Ângela tem toda a iluminação feérica - e ao mesmo tempo que se habitua lenta e muda e majestosa e delicadíssima e fatal - em ser mulher - é modesta demais para sê-lo, é fugaz demais para ser definida. Ela me contou que na rua dirigiu-se a um guarda - e explicou que assim fez porque ele devia saber das coisas e ainda por cima estava armado, o que infunde respeito a ela. Falou assim para o guarda: o senhor pode me informar, por obséquio, quando começa a primavera?
Ângela é doida. Mas tem uma lógica matemática na sua aparente doidice. E se diverte muito, a escandalosa. Aguça-se demais e depois não sabe o que fazer de si. Que se dane. Entre o "sim" e o "não" só há um caminho: escolher. Ângela escolheu "sim". Ela é tão livre que um dia será presa. "Presa por quê?" "Por excesso de liberdade". "Mas essa liberdade é inocente?" "É". "Até mesmo ingênua". "Então por que a prisão?" "Porque a liberdade ofende".


[...]


ÂNGELA. - De súbito a estranheza. Estranho-me como se uma câmera de cinema estivesse filmando meus passos e parasse de súbito, deixando-me imóvel no meio de um gesto: presa em flagrante. Eu? Eu sou aquela que sou eu? Mas isto é um doido faltar de sentido! Parte de mim é mecânica e automática - é neurovegetativa, é o equilíbrio entre não querer e o querer, do não poder e de poder, tudo isso deslizando em plena rotina do mecanicismo. A câmera fotográfica singularizou o instante. E eis que automaticamente saí de mim para me captar tonta de meu enigma, diante de mim, que é insólito e estarrecedor por ser extremamente verdadeiro, profundamente vida nua amalgamada na minha identidade. E esse encontro da vida com a minha identidade forma um minúsculo diamante inquebrável e radioso indivisível, um único átomo e eu toda sinto o corpo dormente como quando se fica muito tempo na mesma posição e a perna de repente fica "esquecida".

Eu sou nostálgica demais, pareço ter perdido uma coisa não se sabe onde e quando."


Trechos de "Um sopro de vida" de Clarice Lispector.
Uma ilustração minha.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Exposições em SP!

Olá!

Dessa vez não vou postar trabalhos meus nem nada... Estou indo pra SP para arejar as idéias e colocar as exposições em dia, então não posso deixar divulgar o que eu sei que tá rolando por lá, e aí assim, os amigos que puderem dar uma passada pela babilônia não perdem a chance de ver coisas ótimas!

Em primeiro lugar: a exposição do Andy Warhol!
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2010/03/17/pinacoteca+traz+voyeurismo+do+pintor+andy+warhol+a+sp+9430862.html

A exposição acontece na Pinacoteca e fica em Sp até 23 de maio.

Tem também Hélio Oiticica...

http://www.guiadasemana.com.br/Sao_Paulo/Artes_e_Teatro/Evento/Helio_Oiticica_Museu_E_O_Mundo.aspx?id=62352

Exposição no Itaú Cultural até 16 de maio.

E hoje, um professor da faculdade me contou de uma exposição que eu não sabia:
Folheando: Quatro décadas de livros e revistas de artistas na Espanha

http://www.centrocultural.sp.gov.br/programacao_exposicoes.asp

uma exposição de livros de artista que rola até dia 2 de maio...


Bom, é isso!
Quem tiver a chance de ver, tenho certeza que são exposições lindas!

domingo, 4 de abril de 2010

Terracota

Depois de muito tempo de abandono, a primeira postagem do ano vem pra inaugurar 2010 da melhor forma possível! Hoje quero compartilhar com os meus amigos um trabalho do qual eu me orgulho muito: as ilustrações que fiz de Ouro Preto para a mais nova loja da cidade: Terracota!

Ouro Preto sempre foi uma cidade muito importante pra mim, pelos mais variados motivos; a cidade além de abrigar muito da história do Brasil, guarda também muito da minha história. Então foi com muita alegria que, por volta de outubro do ano passado, recebi o convite para desenvolver ilustrações da cidade. Entre os cenários retratados estão o frontal da Igreja do Pilar, uma vista panorâmica da Igreja do Carmo e o Museu da Independência, os vários chafarizes da cidade...
Na loja também estão a venda objetos de cerâmica criados por Jacinta Franco, que também tem como referência a cidade histórica; além de uma linha de roupas criadas a partir de uma estética contemporânea pela Miho, um escritório de design de Belo Horizonte. (http://www.miho.com.br).

Bom, para saber mais, só passando pela loja, que fica na rua Getúlio Vargas, nº19 - Ouro Preto, MG. Pertinho da rua dos bancos...